A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.
Ás vezes, um guia indica: Coloque um copo com água do mar ou água com sal atrás da porta.
Qual é o porquê disto?
A água da chuva, quando cai é benéfica, pura, porém, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois atrai à si as vibrações negativas do local.
A importância da água pode ser traduzida numa única palavra: ”VIDA!”
Sem água (COABA) a vida é impossível.
A Água está presente em praticamente todos os trabalhos de Umbanda, e sua função é importantíssima.
Por seu poder de propiciar vida ela atrai a vida à sua volta, seja material ou Espiritual.
As águas utilizadas para descarrego, têm funcionamento parecido com a fumaça, sendo que a fumaça carrega as energias consigo similar ao vento, e a água absorve estas energias.
As águas em copos nas obrigações significam energia vital, e nos copos junto às velas de Anjo da Guarda ou atrás das portas de entrada, têm a finalidade de atrair para si as energias que por ali passam, atraídas pela Luz ou passando pela porta.
Os copos de água utilizados para estes fins (Anjo de Guarda ou atrás das portas) devem ser descarregadas pelo menos de 7 em 7 dias, pois senão ficarão saturadas e perderão seu poder de absorção. Esta descarga deve ser feita em água corrente (na pia com a bica aberta, por exemplo), pois simboliza movimento, necessário para transportar as energias absorvidas por ela.
Conhecemos e fazemos uso em rituais de água de procedência de dez campos sagrados.
Rocha | Água detida em saliências nas rochas. Ligada a Xangô – entre suas funções, traz força física, disposição, boa-vontade, sabedoria. |
Mar | Ligada a Iemanjá – imã de energias negativas, anti-séptico e cicatrizante, fertilidade, calma. |
Mina | Ligada a Oxum e Nanã – força, vitalidade – é a mais indicada para se utilizar nas quartinhas e em assentamentos de anjo-de-guarda. |
Mar Doce | Encontro de rio e mar. Ligada a Ewá – trato do corpo sentimental, humor, bom senso e independência. |
Chuva | Ligada a Nana e Oxum – excelente função de limpeza e descarrego. |
Cachoeira | Ligada a Oxum e Xangô – sentimentos, afeto, força de pensamente, alegria, jovialidade. |
Rio | Ligada a Oxum (na correnteza) e a Obá (nas margens) – determinação, bons pensamentos. |
Poço | Ligada a Nanã – resistência, sabedoria. |
Lagos e Lagoas | Ligada a Oxumarê – inventividade, imaginação. |
Orvalho | Recolhido das folhas, ao alvorecer do dia. – Ligado a Oxalá – calma, paciência, fecundidade. |
Todas podem ser utilizadas em banhos, assim além de portadoras de seus próprios axés, serve de veículo para o axé dos demais componentes do banho.
Em especial, a mayonga é feita usando-se sete destas águas, dependendo do Orixá da Iaô, e no assentamento de Oxalá da casa, enche-se o pote (quartilhão, porrão…) com todas as dez águas citadas.
Estas águas devem preferencialmente ser recolhidas e armazenadas, utilizando-se potes de louça branca virgem, e só utilizadas para esse fim, por filhos de Oxalá ou Iabás.
Algumas águas não podem e não devem ser armazenadas por muito tempo, “água parada apodrece”.
As águas e os orixás femininos (Candomblé)
A água é muito utilizada nas casas de Candomblé. Em muitos ritos ela aparece tendo um significado muito importante, desde o rito do padê, até o ritual das águas de Oxalá.
Colocar água sobre a terra significa não só fecundá-la, mas também restituir-lhe seu sangue branco com o qual ela alimenta e propicia tudo que nasce e cresce em decorrência, os pedidos e rituais a serem desenvolvidos. Deitar água é iniciar e propiciar um ciclo. As águas de Oxalá pelas quais começa o ano litúrgico yorubá tem precisamente este significado.
É comum ao se chegar a uma entrada de uma casa de Candomblé vir uma filha da casa com uma quartinha com água e despejar esta água nos lados direito e esquerdo da entrada da casa. Este ato é para acalmar Exu e também para despachar qualquer mal que por ventura possa estar acompanhando esta pessoa. Neste caso, a água entra como um escudo contra o mal.
Entre os orixás femininos, destacamos aqui Nana que está associada à terra, à lama e também às águas. Nana no antigo Daomé, é considerada como o ancestral feminino dos povos fons.
Outro orixá feminino associado à água é a orixá Oxum. Oxum tem toda a sua história ligada às águas pois, na Nigéria, Oxum é a divindade do rio que recebe o mesmo nome do orixá.
Oiá ou Iansã, divindade dos ventos e tempestades, também está ligada às águas, pois na Nigéria Oiá é dona do rio Niger, também chamado pelos yorubás de Odò Oyá ou “Rio de Oiá”.
Não diferente dos demais orixás femininos, Iemanjá também está muito ligada às águas. É o orixá que em terra yorubá é patrona de dois rios: o rio Yemonja e o rio Ogun – não confundir com o orixá Ogum, Deus do ferro. Daí Yemanja estar associada à expressão Odò Iyá, ou seja, “Mãe dos Rios”.
Resumindo, a água é um elemento natural aos orixás femininos. Não só dentro do culto de Candomblé, mas como em toda a vida, ela é de suma importância pois, como é dito, a água é o princípio da vida.
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