Você adentra o terreiro preocupado em solucionar os seus problemas pessoais ou pensando em praticar a caridade àqueles que esperam pacientemente na assistência?
No congá você enxerga meras imagens de gesso ou pontos que emanam energias que você deve absorver a fim de realizar um bom trabalho?
Enquanto são tocados os pontos, você fecha seus olhos concentrando-se nos orixás e entidades que estão sendo chamados ou fica preocupado com o tempo que está correndo e os afazeres ou prazeres materiais que teve que deixar para participar da gira?
Você presta atenção nas roupas dos seus irmãos-de-fé, se elas são curtas ou extravagantes demais, ou cuida para que a sua alma esteja alva como deveria para aquele momento?
Em contrapartida, faz proveito da incorporação das entidades para extravasar seu ego, usando roupas esdrúxulas e exageradas, bem como para ingerir álcool e fumo em demasia, que no lugar de agradar as entidades, as expõem ao ridículo (bem como a si mesmo? Você faz do silêncio uma prece ou aproveita os momentos em que ele deveria reinar para conversar com os irmãos-de-fé sobre assuntos corriqueiros ou até mesmo fofocas e maledicências? Permite que a sua língua seja maior que a sua fé ou a sua dedicação à Umbanda?
Costuma dizer que as entidades ou orixás são seus – “meu Ogun”, “meu caboclo” – e acredita que você é quem realiza o auxílio aos necessitados ou tem consciência de que é um mero instrumento da espiritualidade a serviço do bem?
Olha os consulentes com certo desdém quando eles relatam um problema que para você é banal, mas que para eles pode ser o mais grave do mundo?
Diz a todos que não lembra de absolutamente nada enquanto cede seu corpo às entidades, quando na verdade possui a chamada “mediunidade consciente”?
Usa o bom nome da Umbanda e das entidades para amedrontar seus desafetos, denegrindo a imagem de nossa religião, já tão injustiçada perante a sociedade?
Alguma vez já simulou estar incorporando uma determinada entidade para dizer a alguém coisas que não teria coragem de dizer sem usar esse subterfúgio?
Já simulou estar incorporado, para se beneficiar de algo…?
Já usou a sua mediunidade para obter favores pessoais, materiais e financeiros?
O que você sente quando a gira termina e você vai para casa?
A satisfação por ter cumprido o seu dever auxiliando a sua própria evolução e ao próximo, ou sente-se revoltado porque algum médium brilhou mais que você ou demorou demais atendendo aos consulentes, atrasando o encerramento dos trabalhos?
Responda a essas perguntas com sinceridade e saberá se você pratica uma “boa Umbanda”. Lembre-se que nenhum de nós é perfeito, mas trilhamos o caminho da Umbanda a fim de minimizar as nossas imperfeições, e não para acentuá-las.
Nenhum comentário:
Postar um comentário